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22 de março de 2011

E a Bíblia tinha razão

Nos meados do século XIX, iniciaram-se pesquisas e escavações por toda parte, no Egito, na Mesopotâmia e na Palestina, obedecendo a um desejo subitamente surgido de formar uma idéia cientificamente alicer çada sobre a história da humanidade naquela parte do mundo. O objetivo de uma vasta série de expedições foi o Oriente Próximo.


Até então, desde o ano 550 a.C. aproximadamente, a Bíblia fora a única fonte de informações sobre a história da Ásia Menor. Só ela falava de tempos que se perdiam nas sombras do passado. Surgiram na Bíblia povos e nomes de que nem os gregos e romanos antigos tinham mais notícia alguma.


Pelos meados do século passado, multidões de eruditos foram atraí das irresistivelmente para as terras do antigo Oriente. Ninguém conhecia os nomes que em breve andariam em todas as bocas. Os homens do “Século das Luzes” ouviam com assombro a respeito de seus achados e descobertas. O que aqueles homens arrancaram, a poder de contínuo e árduo trabalho, das areias do deserto ao longo dos grandes rios da Meso potâmia e do Egito chamou com justiça a atenção de milhões e milhões de pessoas: ali a ciência abria pela primeira vez a porta do misterioso mundo da Bíblia.


O cônsul francês em Mossul, Paul-Émile Botta, é um arqueólogo inspirado. Em 1843, ele inicia escavações em Khursabad, no Tigre, e traz à luz do dia, das ruínas de uma metrópole de quatro mil anos, em todo o seu esplendor, os primeiros testemunhos da Bíblia: Sargão, o lendário soberano da Assíria. No ano em que Tartan, enviado por Sargão, rei dos assírios, foi contra Azot... (Isaías 20.1).


Dois anos depois, um jovem diplomata e explorador inglês, A. H. Layard, pôs a nu Nimrod (Callach), a cidade que na Bíblia se chama Cale (Gênese 10.11) e agora tem o nome do bíblico Nemrod, um poderoso caça dor diante do Senhor. O princípio do seu reino foi Babilônia, e Arac, e Acad, e Calane, na terra de Senaar. Daquela terra foi para Assur, e edificou Nínive, e as praças da cidade, e Cale... (Gênese 10.10,11).


Pouco tempo depois, escavações realizadas a onze quilômetros de Khursabad, sob a direção do major inglês Henry Creswicke Rawiinson, que se tornou um dos assiriólogos mais notáveis, puseram a descoberto a capital assíria de Nínive e a célebre biblioteca do Rei Assurbanipal. É a Nínive da Bíblia, cuja maldade os profetas verberam repetidamente (Jonas 1.2).


Na Palestina, o sábio americano Edward Robinson dedica-se, entre 1838 e 1852, à reconstituição da antiga topografia.


O alemão Richard Lepsius, posteriormente diretor do Museu Egípcio de Berlim, registra, numa expedição que se prolonga de 1842 a 1846, os monumentos arquitetônicos do Nilo.


Depois de o francês Champollion ter conseguido decifrar os hieróglifos egípcios, por volta de 1850 é igualmente solucionado o mistério da escrita cuneiforme, entre outros por Rawlinson, o explorador de Nínive. Os velhos documentos começam a falar!




Fonte:


WERNER Keller: E a Bíblia tinha razão. São Paulo: Melhoramentos, 1992.

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