Por Oséias de Lima Vieira *
Em 31 de outubro de 1517, o monge alemão
Martinho Lutero, afixou na porta da igreja do castelo de Wittenberg, suas 95
teses. Foi a fagulha que ocasionou a grande explosão, conhecida como A REFORMA
PROTESTANTE. Lutero pretendia inicialmente, realizar um debate acadêmico,
contra a prática das indulgências feita pelo catolicismo romano (compra do
perdão de pecados cometidos), e a doutrina do purgatório (lugar de sofrimento
para pagar os pecados cometidos). Martinho disse que o arrependimento não era
um ato, mas um hábito mental de toda a vida. Afirmou que o verdadeiro tesouro
da Igreja é a graça perdoadora de Deus. E, que o cristão procura, não evita a
disciplina divina. Declarou: “Todo cristão que sente verdadeira compunção tem
direito à plena remissão da pena e da culpa, mesmo sem cartas de perdão”. As 95
teses foram o estopim que causou o nascimento da Igreja Protestante. Lutero
publicou três grandes Obras: 1520 - À Nobreza Cristã da Nação Alemã; Cativeiro
Babilônico da Igreja; Sobre a Liberdade Cristã
Martinho Lutero, cujo nome original em
alemão era Martin Luther era filho de Hans Luther e Margarethe
Lindemann.Nascido em 1483 e morto em 1546. Mudou-se para Mansfeld, onde seu pai
dirigia várias minas de cobre.
Tendo sido criado no campo, Hans Luther
deseja que seu filho viesse a tornar-se um funcionário público, melhorando
assim as condições da família. Com este objetivo, enviou o jovem Martinho para
escolas em Mansfeld, Magdeburgo e Eisenach.Aos dezessete anos, em 1501, Lutero
ingressou na Universidade de Erfurt, onde tocava alaúde e recebeu o apelido de
"O filósofo". O jovem estudante graduou-se em bacharel em 1502 e o
mestrado em 1505, o segundo entre dezessete candidatos.
Seguindo os desejos paternos, inscreveu-se na escola de Direito dessa Universidade. Mas tudo mudou após uma grande tempestade, com descargas elétricas, ocorrida neste mesmo ano (1505): um raio caiu próximo de onde ele estava, ao voltar de uma visita à casa dos pais. Aterrorizado, gritara então: "Ajuda-me, Sant'Ana! Eu me tornarei um monge!” Tendo sobrevivido aos raios, deixou a faculdade, vendeu os seus livros com exceção dos de Virgílio, e entrou para a ordem dos Agostinianos, de Erfurt, a 17 de julho de 1505.
Seguindo os desejos paternos, inscreveu-se na escola de Direito dessa Universidade. Mas tudo mudou após uma grande tempestade, com descargas elétricas, ocorrida neste mesmo ano (1505): um raio caiu próximo de onde ele estava, ao voltar de uma visita à casa dos pais. Aterrorizado, gritara então: "Ajuda-me, Sant'Ana! Eu me tornarei um monge!” Tendo sobrevivido aos raios, deixou a faculdade, vendeu os seus livros com exceção dos de Virgílio, e entrou para a ordem dos Agostinianos, de Erfurt, a 17 de julho de 1505.
O jovem Martinho Lutero dedicou-se por
completo a sua vida no mosteiro, empenhando-se em realizar boas obras a fim de
agradar a Deus e servir ao próximo através de orações por suas almas.
Dedicou-se intensamente à meditação, às auto-flagelações, muitas horas de
oração diárias, às peregrinações e à confissão. Quanto mais tentava ser
agradável ao Senhor, mais se dava conta de seus pecados Johann von Staupitz, o
superior de Lutero, concluiu que o jovem necessitava de mais trabalhos, para
afastá-lo de sua excessiva reflexão. Ordenou, portanto ao monge que iniciasse
uma carreira acadêmica. Em 1507 Lutero foi ordenado sacerdote. Em 1508 começou
a lecionar teologia na Universidade de Wittenberg. Lutero recebeu seu
bacharelado em Estudos Bíblicos a 19 de março de 1508. Dois anos depois visita
Roma, de onde regressa bastante decepcionado.
Em 19 de outubro de 1512, Martinho
Lutero graduou-se Doutor em Teologia e a 21 de outubro deste ano foi
"recebido no Senado da Faculdade Teológica", com o título de
"Doutor em Bíblia". Em 1515 foi nomeado vigário de sua ordem, tendo
sob sua ordem onze monastérios.Durante este período estuda o grego e o
hebraico, para aprofundar-se no significado e origem das palavras utilizadas
nas Escrituras - conhecimentos que logo utilizaria para a tradução da Bíblia.
O desejo obter os graus acadêmicos
levaram Lutero a estudar as Escrituras em profundidade. Influenciado por sua
formação humanista de buscar ir "ad fontes" (às fontes), mergulhou
nos estudos sobre a Igreja Primitiva. Devido a isto, termos como
"penitência" e "honestidade" ganharam novo significado para
ele, já convencido de que a Igreja havia perdido sua visão de várias das
verdades do cristianismo ensinadas nas Escrituras - sendo a mais importante
delas a doutrina da chamada "Justificação" apenas pela fé. Lutero
começou a ensinar que a Salvação era um benefício concedido apenas por Deus,
dado pela Graça divina através de Jesus Cristo e recebido apenas com a fé.
Mais tarde, Lutero definiu e reintroduziu o princípio da distinção própria entre o Torá (Leis Mosaicas) e os Evangelhos, que reforçavam sua teologia da graça. Em conseqüência, Lutero acreditava que seu princípio de interpretação era um ponto inicial essencial para o estudo das Escrituras. Notou, ainda, que a falta de clareza na distinção da Lei e dos Evangelhos era a causa da incorreta compreensão dos Evangelhos de Jesus pela Igreja de seu tempo, instituição a quem responsabilizava por haver criado e fomentado muitos erros teológicos fundamentais.
Mais tarde, Lutero definiu e reintroduziu o princípio da distinção própria entre o Torá (Leis Mosaicas) e os Evangelhos, que reforçavam sua teologia da graça. Em conseqüência, Lutero acreditava que seu princípio de interpretação era um ponto inicial essencial para o estudo das Escrituras. Notou, ainda, que a falta de clareza na distinção da Lei e dos Evangelhos era a causa da incorreta compreensão dos Evangelhos de Jesus pela Igreja de seu tempo, instituição a quem responsabilizava por haver criado e fomentado muitos erros teológicos fundamentais.
Além de suas atividades como professor,
Martinho Lutero ainda colaborava como pregador e confessor na igreja de Santa Maria,
na cidade. Também pregava habitualmente na igreja do Castelo (chamada de
"Todos os Santos" - por causa de ali haver uma coleção de relíquias,
estabelecidas por Frederico II de Sabóia). Foi durante este período em que o
jovem sacerdote deu-se conta dos efeitos em se oferecer indulgências aos fiéis,
como se fossem fregueses.A indulgência é a remissão (parcial ou total) do
castigo temporal que alguém permanece devedor por conta dos seus pecados, de
cuja culpa tenha se livrado pela absolvição. Naquele tempo qualquer pessoa
poderia comprar uma indulgência, quer para si mesmo, quer para um parente já
morto que estivesse no Purgatório.
O frade Johann Tetzel fôra recrutado
para viajar através dos territórios episcopais do arcebispo Alberto de
Mogúncia, promovendo e vendendo indulgências com o objetivo de financiar as
reformas da Basílica de São Pedro, em Roma.
Lutero viu este tráfico de indulgências
como um abuso que poderia confundir as pessoas e levá-las a confiar apenas nas
indulgências, deixando de lado a confissão e o arrependimento verdadeiro.
Proferiu, então, três sermões contra as indulgências em 1516 e 1517. Segundo a
tradição, a 31 de outubro de 1517 foram pregadas as 95 Teses na porta da Igreja
do Castelo de Wittenberg, com um convite aberto ao debate sobre elas.
Estas
teses condenavam a avareza e o paganismo na Igreja como um abuso, e pediam um
debate teológico sobre o que as Indulgèncias significavam. Para todos os
efeitos, nelas ele não questionava diretamente a autoridade do Papa para
conceder as tais indulgências.
As 95 Teses foram logo traduzidas para o
alemão e amplamente copiadas e impressas. Ao cabo de duas semanas haviam se
espalhado por toda a Alemanha e em dois meses por toda a Europa. Este foi o
primeiro episódio da História em que a imprensa teve papel primacial, pois facilitava
uma distribuição simples e ampla de qualquer documento.
Depois de fazer pouco caso de Lutero, dizendo ser ele um "alemão bêbado que escrevera as teses", e afirmando que "quando estiver sóbrio mudará de opinião" o Papa Leão X ordenou em 1518 ao professor de teologia dominicano Silvestro Mazzolini que investigasse o assunto. Este denunciou que Lutero se opunha de maneira implícita à autoridade do Sumo Pontífice, quando discordava de uma de suas bulas. Declarou ser Lutero um herege e escreveu uma refutação acadêmica a suas teses. Nela, mantinha a autoridade papal sobre a Igreja e condenava cada "desvio" como uma apostasia.
Lutero replicou de igual forma, dando assim início à controvérsia.
Enquanto isto, Lutero tomava parte da convenção dos agostinianos em Heidelberg, onde apresentou uma tese sobre a escravidão do homem ao pecado e a graça divina. No decorrer da controvérsia sobre as indulgências, o debate se elevou até ao ponto de duvidar do poder absoluto e autoridade do Papa, pois as doutrinas de "Tesouraria da Igreja" e "Tesouraria dos Merecimentos", que serviam para reforçar a doutrina e venda e das indulgências, haviam se baseado na bula papal "Unigenitus" (de 1343), do Papa Clemente VI. Por causa de sua oposição a esta doutrina, Lutero foi qualificado como heresiarca e o Papa, decidido a suprimir por completo com seus pontos de vista, ordenou que fosse chamado a Roma, viagem que deixou de ser realizada por motivos políticos.
Lutero, que anteriormente professava a obediência implícita à Igreja, negava agora abertamente a autoridade papal e apelava para que fosse realizado um Concílio. Também declarava que o papado não formava parte da essência imutável da Igreja original.
Desejando manter-se em relações amistosas com o protetor de Lutero, Frederico, o Sábio, o Papa engendrou uma tentativa final de alcançar uma solução pacífica para o conflito. Uma conferência com o representante papal Karl von Miltitz em Altenburgo, em janeiro de 1519 levou Lutero a decidir guardar silêncio, assim como seus opositores, como também a escrever uma humilde carta ao Papa e compor um tratado demonstrando suas opiniões sobre a Igreja Católica.
Depois de fazer pouco caso de Lutero, dizendo ser ele um "alemão bêbado que escrevera as teses", e afirmando que "quando estiver sóbrio mudará de opinião" o Papa Leão X ordenou em 1518 ao professor de teologia dominicano Silvestro Mazzolini que investigasse o assunto. Este denunciou que Lutero se opunha de maneira implícita à autoridade do Sumo Pontífice, quando discordava de uma de suas bulas. Declarou ser Lutero um herege e escreveu uma refutação acadêmica a suas teses. Nela, mantinha a autoridade papal sobre a Igreja e condenava cada "desvio" como uma apostasia.
Lutero replicou de igual forma, dando assim início à controvérsia.
Enquanto isto, Lutero tomava parte da convenção dos agostinianos em Heidelberg, onde apresentou uma tese sobre a escravidão do homem ao pecado e a graça divina. No decorrer da controvérsia sobre as indulgências, o debate se elevou até ao ponto de duvidar do poder absoluto e autoridade do Papa, pois as doutrinas de "Tesouraria da Igreja" e "Tesouraria dos Merecimentos", que serviam para reforçar a doutrina e venda e das indulgências, haviam se baseado na bula papal "Unigenitus" (de 1343), do Papa Clemente VI. Por causa de sua oposição a esta doutrina, Lutero foi qualificado como heresiarca e o Papa, decidido a suprimir por completo com seus pontos de vista, ordenou que fosse chamado a Roma, viagem que deixou de ser realizada por motivos políticos.
Lutero, que anteriormente professava a obediência implícita à Igreja, negava agora abertamente a autoridade papal e apelava para que fosse realizado um Concílio. Também declarava que o papado não formava parte da essência imutável da Igreja original.
Desejando manter-se em relações amistosas com o protetor de Lutero, Frederico, o Sábio, o Papa engendrou uma tentativa final de alcançar uma solução pacífica para o conflito. Uma conferência com o representante papal Karl von Miltitz em Altenburgo, em janeiro de 1519 levou Lutero a decidir guardar silêncio, assim como seus opositores, como também a escrever uma humilde carta ao Papa e compor um tratado demonstrando suas opiniões sobre a Igreja Católica.
A carta escrita nunca chegou a ser
enviada, pois não continha nenhuma retratação. E no tratado, que compôs mais
tarde, Lutero negou qualquer efeito das indulgências no Purgatório.
Quando Johann Eck, em Carlstadt,
desafiou um colega de Lutero para um debate em Leipzig, Lutero juntou-se à
discussão (27 de junho-18 de julho de 1519), no curso do qual negou o direito
divino do solidéu papal e da autoridade de possuir o "poder das
chaves", que, segundo ele, haviam sido outorgados à Igreja (como
congregação de fé). Negou que a salvação pertencesse à Igreja Católica
ocidental sob a autoridade do Papa, mas que esta se mantinha na Igreja Ortodoxa,
do Oriente. Depois do debate, Eck afirmou que forçara Lutero a admitir a
semelhança de sua própria doutrina com a de João Huss, que havia sido queimado
numa fogueira.
Não parecia haver esperanças de
entendimento. Os escritos de Lutero circulavam amplamente, alcançando a França,
Inglaterra e Itália em 1519, e os estudantes dirigiam-se a Wittenberg para
escutar Lutero, que naquele momento publicava seus comentários sobre a Epístola
aos Gálatas e suas "Operationes in Psalmos" (Trabalho nos Salmos).
As controvérsias geradas por seus escritos levaram Lutero a desenvolver suas doutrinas mais a fundo, e o seu "Sermão sobre o Sacramento Abençoado do Verdadeiro e Santo Corpo de Cristo, e suas Irmandades", levou mais além o significado da Eucaristia para o perdão dos pecados e ao fortalecimento da fé naqueles que o recebem, e ainda apoiava a realização de um concílio a fim de restituir a comunhão.
As controvérsias geradas por seus escritos levaram Lutero a desenvolver suas doutrinas mais a fundo, e o seu "Sermão sobre o Sacramento Abençoado do Verdadeiro e Santo Corpo de Cristo, e suas Irmandades", levou mais além o significado da Eucaristia para o perdão dos pecados e ao fortalecimento da fé naqueles que o recebem, e ainda apoiava a realização de um concílio a fim de restituir a comunhão.
O conceito luterano de
"igreja" foi desenvolvido em seu "Von dem Papsttum zu Rom"
(Sobre o Papado de Roma), uma resposta ao ataque do franciscano Augustin von
Alveld, em Leipzig (junho de 1520); enquanto o seu "Sermon von guten
Werken" (Sermão das Boas Obras), publicado na primavera de 1520, era
contrário à doutrina católica das boas obras e dos atos como meio de perdão,
mantendo que as obras do crente são verdadeiramente boas, quer para o secular
como para o clérigo, se ordenadas por Deus.
O Imperador Carlos V inaugurou a Dieta
real a 22 de janeiro de 1521. Lutero foi chamado a renunciar ou confirmar seus
ditos e foi-lhe outorgado um salvo-conduto para garantir-lhe o seguro
deslocamento.
A 16 de abril Lutero apresentou-se diante da Dieta. Johann Eck, assistente do Arcebispo de Trier, mostrou a Lutero uma mesa cheia de cópias de seus escritos. Perguntou então a Lutero se os livros eram seus e se ele acreditava naquilo que as obras diziam. Lutero pediu um tempo para pensar na sua resposta, o que lhe foi concedido. Este então se isolou em oração, e depois consultou seus aliados e amigos, apresentando-se à Dieta no dia seguinte. Quando a Dieta veio a tratar do assunto, o conselheiro Eck pediu a Lutero que respondesse explicitamente:
"Lutero, repeles seus livros e os erros que eles contêm?”. Lutero então respondeu:
"Que se me convençam mediante testemunho das Escrituras e claros argumentos da razão - porque não acredito nem no Papa nem nos concílios já que está provado amiúde que estão errados, contradizendo-se a si mesmos - pelos textos da Sagrada Escritura que citei, estou submetido a minha consciência e unido à palavra de Deus. Por isto, não posso nem quero retratar-me de nada, porque fazer algo contra a consciência não é seguro nem saudável”. Não posso fazer outra coisa, esta é a minha posição. Que Deus me ajude!”
A 16 de abril Lutero apresentou-se diante da Dieta. Johann Eck, assistente do Arcebispo de Trier, mostrou a Lutero uma mesa cheia de cópias de seus escritos. Perguntou então a Lutero se os livros eram seus e se ele acreditava naquilo que as obras diziam. Lutero pediu um tempo para pensar na sua resposta, o que lhe foi concedido. Este então se isolou em oração, e depois consultou seus aliados e amigos, apresentando-se à Dieta no dia seguinte. Quando a Dieta veio a tratar do assunto, o conselheiro Eck pediu a Lutero que respondesse explicitamente:
"Lutero, repeles seus livros e os erros que eles contêm?”. Lutero então respondeu:
"Que se me convençam mediante testemunho das Escrituras e claros argumentos da razão - porque não acredito nem no Papa nem nos concílios já que está provado amiúde que estão errados, contradizendo-se a si mesmos - pelos textos da Sagrada Escritura que citei, estou submetido a minha consciência e unido à palavra de Deus. Por isto, não posso nem quero retratar-me de nada, porque fazer algo contra a consciência não é seguro nem saudável”. Não posso fazer outra coisa, esta é a minha posição. Que Deus me ajude!”
Nos dias seguintes seguiram-se muitas conferências privadas para determinar qual o destino de Lutero. Antes que a decisão fosse tomada, Lutero abandonou Worms. Durante seu regresso a Wittenberg, desapareceu.
O Imperador redigiu o Édito de Worms a
25 de maio de 1521, declarando Martinho Lutero fugitivo e herege, e proibindo
suas obras.
O seqüestro de Lutero durante a sua
viagem de regresso foi arranjado. Frederico, o sábio ordenou que Lutero fosse
capturado no seu retorno da Dieta de Worms por um grupo de homens mascarados a
cavalo, que o levaram para o Castelo de Wartburg, em Eisenach, onde ele
permaneceu por cerca de um ano. Deixou crescer a barba e tomou as vestes de um
cavaleiro, assumindo o pseudónimo de Jörg. Durante este período de retiro
forçado, Lutero trabalhou na sua célebre tradução da Bíblia para o alemão.
Com o início da moradia de Lutero em Wartburg começou um período construtivo de sua carreira como reformista. Em seu "deserto" ou "Patmos" (como ele mesmo chamava, em suas cartas) de Wartburg, começou a tradução da Bíblia, da qual foi impresso o Novo Testamento em setembro de 1522. Produziu outros escritos, preparou a primeira parte de seu guia para párocos e "Von der Beichte" (Sobre a Confissão), em que nega a obrigatoriedade da confissão, e admite como saudável a confissão privada voluntária. Também escreveu contra o Arcebispo Albrecht, a quem obrigou com isto a desistir de retomar a venda das indulgências; enquanto que em seus ataques a Jacobus Latomus avançou em sua visão sobre a relação entre a graça e a lei, assim como sobre a natureza revelada pelo Cristo, distinguindo o objetivo da graça de Deus para o pecador, que, por acreditar, é justificado por Deus devido à justiça de Cristo, pois a graça salvadora reside dentro do homem pecador; e ainda que o "princípio da justificação" é insuficiente, ante a persistência do pecado depois do batismo - pela inerência do pecado em cada boa obra. Lutero amiudadamente escrevia cartas a seus amigos e aliados, respondendo-lhes ou perguntando-lhes por seus pontos de vista e respondendo-lhe aos pedidos de conselhos. Por exemplo, Felipe Melanchthon lhe escreveu perguntando-lhe como responder à acusação de que os reformistas renegavam a peregrinação, e outras formas tradicionais de piedade. Lutero lhe respondera em 1 de agosto de 1521.
"Se és um pregador da misericórdia, não pregues uma misericórdia imaginária, mas sim uma verdadeira. Se a misericórdia é verdadeira, deve penitenciar ao pecado verdadeiro, não imaginário. Deus não salva apenas aqueles que são pecadores imaginários. Conheça o pecador, e veja se os seus pecados são fortes, mas deixai que tua confiança em Cristo seja ainda mais forte, e que se alegre em Cristo que é o vencedor sobre o pecado, a morte e o mundo. Cometeremos pecados enquanto estivermos aqui, porque nesta vida não há um só lugar onde resida a justiça. Nós todos, sem embargo, disse Pedro (2ª Pedro 3:13), estamos buscando mais além um novo céu e uma nova terra onde a justiça reinará".
Com o início da moradia de Lutero em Wartburg começou um período construtivo de sua carreira como reformista. Em seu "deserto" ou "Patmos" (como ele mesmo chamava, em suas cartas) de Wartburg, começou a tradução da Bíblia, da qual foi impresso o Novo Testamento em setembro de 1522. Produziu outros escritos, preparou a primeira parte de seu guia para párocos e "Von der Beichte" (Sobre a Confissão), em que nega a obrigatoriedade da confissão, e admite como saudável a confissão privada voluntária. Também escreveu contra o Arcebispo Albrecht, a quem obrigou com isto a desistir de retomar a venda das indulgências; enquanto que em seus ataques a Jacobus Latomus avançou em sua visão sobre a relação entre a graça e a lei, assim como sobre a natureza revelada pelo Cristo, distinguindo o objetivo da graça de Deus para o pecador, que, por acreditar, é justificado por Deus devido à justiça de Cristo, pois a graça salvadora reside dentro do homem pecador; e ainda que o "princípio da justificação" é insuficiente, ante a persistência do pecado depois do batismo - pela inerência do pecado em cada boa obra. Lutero amiudadamente escrevia cartas a seus amigos e aliados, respondendo-lhes ou perguntando-lhes por seus pontos de vista e respondendo-lhe aos pedidos de conselhos. Por exemplo, Felipe Melanchthon lhe escreveu perguntando-lhe como responder à acusação de que os reformistas renegavam a peregrinação, e outras formas tradicionais de piedade. Lutero lhe respondera em 1 de agosto de 1521.
"Se és um pregador da misericórdia, não pregues uma misericórdia imaginária, mas sim uma verdadeira. Se a misericórdia é verdadeira, deve penitenciar ao pecado verdadeiro, não imaginário. Deus não salva apenas aqueles que são pecadores imaginários. Conheça o pecador, e veja se os seus pecados são fortes, mas deixai que tua confiança em Cristo seja ainda mais forte, e que se alegre em Cristo que é o vencedor sobre o pecado, a morte e o mundo. Cometeremos pecados enquanto estivermos aqui, porque nesta vida não há um só lugar onde resida a justiça. Nós todos, sem embargo, disse Pedro (2ª Pedro 3:13), estamos buscando mais além um novo céu e uma nova terra onde a justiça reinará".
Enquanto isto, alguns sacerdotes saxões
haviam renunciado ao voto de castidade, ao tempo em que outros tantos atacavam
os votos monásticos. Lutero, em seu De votis monasticis (Sobre os votos
monásticos), aconselhava a ter mais cautela, aceitando no fundo que os votos
eram geralmente tomados "com a intenção da salvação ou à busca de
justificação". Com a aprovação de Lutero em seu "De abroganda missa
privata (Sobre a abrogação da missa privada), mas contra a firme oposição de
seu prior, os agostinianos de Wittenberg realizaram a troca das formas de
adoração e terminaram com as missas. Sua violência e intolerância, certamente,
desagradaram a Lutero, que em princípios de dezembro passou uns dias entre
eles. Ao retornar para Wartburg, escreveu "Eine treue Vermahnung... vor
Aufruhr und Empörung" (Uma sincera admoestação por Martinho Lutero a todos
os cristãos para que se resguardem da insurreição e rebelião). Apesar disto, em
Wittengerg, Carlstadt e o ex-agostiniano Gabriel Zwilling reclamavam pela
abolição da missa privada e da comunhão em duas espécies, assim como a
eliminação das imagens nas igrejas e na ab-rogação do celibato.
Depois de abandonar o hábito de monge,
Lutero resolveu deixar por completo a vida monástica, casando-se com Catarina
von Bora, freira que também saíra do convento, por ver que tal vida é contra a
vontade de Deus. O vulto de Lutero sentado ao lume, com a esposa e seis filhos
que amava ternamente, inspiram os homens mais que o grande herói ao
apresentar-se perante o legado em Augsburgo. Nos cultos domésticos, a família
rodeava um harmônio, com o qual louvavam a Deus juntos; o reformador lia o
Livro que traduzira para o povo e depois louvavam a Deus e oravam até sentirem
a presença divina entre eles. Havia entre Lutero e sua esposa profundo amor de
um para com o outro. São de Lutero estas palavras: "Sou rico, Deus me deu
a minha freira e três filhos; não me importo das dívidas: Catarina paga tudo”.
Referência Bibliográfica
CAIRNS, Earle E. Cristianismo Através
dos Séculos. São Paulo, Editora Vida Nova, 1995.
OLSON, Roger E. História da Teologia Cristã. São Paulo, Editora Vida, 2001
WALKER, W. História da Igreja Cristã. São Paulo, ASTE, 1967
OLSON, Roger E. História da Teologia Cristã. São Paulo, Editora Vida, 2001
WALKER, W. História da Igreja Cristã. São Paulo, ASTE, 1967
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reforma_Protestante
< disponível em 28 de outubro de 2007
*· Oseias de Lima Vieira
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