O
Dízimo é Bíblico?
Há
dízimo na Bíblia? Sim, o dízimo é bíblico. Mas não é cristão. O dízimo pertence
à velha Israel. Foi essencialmente um imposto de renda. No primeiro século, no
NT, não há registro de cristãos dizimando.
A
Origem do Dízimo e do Salário do Clero.
Cipriano
(200-258 d.C.) foi o primeiro escritor cristão a mencionar a prática de
sustentar financeiramente o clero. Ele arrazoava que da mesma forma como os
levitas foram sustentados pelo dízimo, assim também o clero cristão deveria ser
sustentado pelo dízimo. [15] Mas isso representa um pensamento equivocado.
Hoje, o sistema levítico está eliminado. Somos todos sacerdotes agora. Então se
um sacerdote demanda dízimo, todos os cristãos devem dizimar-se mutuamente! O
pedido de Cipriano foi bem incomum naquele tempo. Tanto que não foi apoiado nem
divulgado pelo povo cristão naquele momento, mas muito tempo depois. [16] Além
de Cipriano, nenhum escritor cristão antes de Constantino jamais utilizou
referências do VT para recomendar o dízimo. [17] Foi apenas no século IV, 300
anos depois de Cristo, que alguns líderes cristãos começaram a defender o
dízimo como prática cristã para sustentar o clero. [18] Mas isto não chegou a
ser comum entre os cristãos até o século VIII! [19] Segundo um erudito, “pelos
primeiros setecentos anos isso (os dízimos) quase nem foi mencionado”.[20]
Relatar
a história do dízimo cristão é um exercício fascinante. O dízimo migrou do
Estado para a Igreja. Na Europa Ocidental, exigir o dízimo da produção de
alguém era cobrar o aluguel da terra que lhe era dada em arrendamento. Na
medida em que a cobrança do aluguel de 10% era entregue à Igreja, esta
aumentava sua quantidade de terras ao longo da Europa. Isto resultou em um novo
significado relacionado a esta cobrança de 10%. Chegou a ser identificado com o
dízimo levítico! Por conseguinte, o dízimo cristão como instituição foi baseado
em uma fusão da prática do VT com a instituição pagã. [21]
Pelo
século XVIII, o dízimo chegou a ser um requisito legal em muitas áreas da Europa
Ocidental. [22] Pelo fim do século X, a diferença do dízimo enquanto imposto de
renda e mandamento moral apoiado no Antigo testamento havia desaparecido. [23]
O dízimo tornou-se obrigatório ao longo da Europa cristã. [24]
Em
outras palavras, antes do século VIII, o dízimo era um ato de oferta
voluntária. [25] Mas pelo fim do século X, ele passou a ser uma exigência legal
para sustentar a Igreja Estatal — exigida pelo clero e colocada em vigor pelas
autoridades seculares! [26]
Felizmente,
a maioria das igrejas modernas abandonou a prática do dízimo como uma exigência
legal. [27] Mas a prática de dizimar está tão viva hoje como foi durante o
tempo em que era um requisito legal. Certamente você não vai ser castigado
fisicamente por não dizimar. Mas se você não for dizimista — isto se aplica à
maioria das igrejas modernas — você será excluído das posições importantes do
ministério. E sempre será culpado e atacado de cima do púlpito! [28]
Quanto
aos salários do clero, os ministros não receberam salários durante os primeiros
três séculos. Mas quando Constantino entrou em cena ele instituiu a prática de
pagar um salário fixo ao clero dos fundos eclesiásticos e das tesourarias
municipais e imperiais. [29] Assim, pois, nasceu o salário do clero, uma
prática daninha que não tem precedente no NT. [30] Mas isso não é tudo. O ato
de pagar um salário ao pastor obriga-o a ser complacente com os homens. Torna-o
escravo dos homens. O “vale refeição” do pastor está garantido na medida em que
ele se faz simpático à congregação. Assim, pois, ele nunca está à vontade para
expressar-se livremente sem temer perder alguns fortes dizimistas. Esta é a
praga do sistema do pastor assalariado.
Conclusão
Embora
o dízimo seja bíblico, não é cristão. Jesus Cristo não o afirmou. Os cristãos
do século I não o observaram. E por cerca de 300 anos o povo de Deus não o
praticou. Dizimar não foi uma prática aceita em grande escala entre os cristãos
até o século VIII! O ato da oferta no NT era segundo a capacidade de cada um.
Os cristãos doavam para ajudar outros tanto como para apoiar obreiros
apostólicos, permitindo-lhes viajar e fundar igrejas. [48] Um dos testemunhos
da Igreja Primitiva foi o de revelar o quão liberais eram os cristãos com
relação aos pobres e necessitados. Foi isto que fez com que gente de fora da
igreja, inclusive o filósofo Galeno, presenciasse o poder gigantesco e
encantador da Igreja Primitiva e dissesse: “Olhe como se amam uns aos outros”.
[49] O dízimo é mencionado apenas quatro vezes no NT. Mas nenhuma destas quatro
ocorrências se refere a cristãos. [50] Definitivamente, o dízimo pertence ao VT
onde um sistema de tributação foi estabelecido para apoiar aos pobres e onde
havia um sacerdócio especial separado para ministrar ao Senhor. Com a vinda de
Jesus Cristo, houve uma “mudança na lei” — o antigo acordo foi “cancelado” e
“posto de lado” dando lugar a um novo. [51] Agora, todos somos sacerdotes —
livres para funcionar na casa de Deus. A Lei, o velho sacerdócio, o dízimo,
todos foram crucificados. Agora não há cortina do templo, nem imposto do
templo, e não há um sacerdócio especial que se coloca entre Deus e o homem.
Você, querido cristão, foi libertado da atadura do dízimo e da obrigação de
apoiar o sistema do clero.
FRANK A. VIOLA
"Essa vertente (bibliografia sugerida) é literalmente a contra-cultura eclesial de várias organizações confessionais. Se própria ou imprópria à todo cristão somente se comprova conhecendo a verdadeira história da igreja cristã através dos tempos, sem cortes e recortes".___Wandeir Pereira Tavares
ResponderExcluirCobrar o dizimo é negar a eficácia do CORDEIRO DE DEUS QUE TIRA O PECADO DO MUNDO...
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