John Wesley, ministro da igreja da Inglaterra , descreveu a Graça divina se manifestando de três modos:
- a graça preveniente;
- a graça justificadora;
- a graça santificadora.
John Wesley |
Graça preveniente é uma teologia cristã enraizada em Agostinho de Hipona. Ela é abraçada primeiramente pelos cristãos arminianos que são influenciados pela teologia de Jacó Armínio ou John Wesley. Wesley tipicamente referiu-se a ela na linguagem do século XVIII como graça preventiva. Em portugues moderno, a frase graça precedente deve ter um significado similar.
Graça preveniente é divina graça que precede a decisão humana. Ela existe antes de e sem referência a qualquer feito humano. Como os homens foram corrompidos pelo efeito do pecado, a graça preveniente permite as pessoas exercerem o seu livre-arbítrio dado por Deus, podendo então, escolher a salvação oferecida por Deus em Jesus Cristo ou rejeitar a oferta salvífica. Agostinho disse que a graça preveniente não pode ser resistida, arminianos wesleyanos acreditam que ela permite, mas não assegura, a aceitação pessoal do dom da salvação.
Wesley entendia a graça como a presença ativa de Deus em nossa vida. Essa presença não é dependente das ações humanas ou da resposta humana. É uma dádiva que está sempre disponível, mas que pode também ser recusada.
A graça divina revolve em nós um desejo de conhecer a Deus e nos capacita a responder ao convite divino para estarmos em relacionamento com Ele. A graça de Deus capacita-nos a discernir a diferença entre o bem e o mal, fazendo com que seja possível para nós escolher o bem. Deus toma a iniciativa em relação à humanidade: não temos que mendigar ou implorar pelo amor de Deus e sua graça.
Graça Justificadora
Paulo escreveu à Igreja em Coríntios: “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões e nos confiou a palavra da reconciliação” (2 Coríntios 5.19). Na sua carta aos cristãos romanos, Paulo escreveu: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5.8).
Estes versos demonstram a graça justificadora de Deus. Eles apontam para a reconciliação, para o perdão e para a restauração. Por meio da obra de Deus em Cristo, nossos pecados são perdoados e nosso relacionamento com Deus é restaurado. Segundo Wesley, a imagem de Deus que tinha sido distorcida pelo pecado é renovada dentro de nós pela morte de Cristo.
Novamente, esta dimensão da graça de Deus é uma dádiva, um dom. A graça por si só nos traz para o relacionamento com Deus. Não há aros dentro dos quais temos que saltar para agradar a Deus e sermos amados por Ele, como ocorre com animais adestrados. Deus age em Jesus Cristo. Precisamos apenas respondê-lo com a fé.
Conversão
O processo da salvação envolve uma mudança em nós, que chamamos de conversão. A conversão é uma mudança de rumo, abandonando uma orientação por outra. Pode ocorrer de forma dramática e repentina, ou de modo gradual e cumulativo. Contudo, em qualquer caso, é um novo começo. Segundo as palavras de Jesus para Nicodemos: “você deve nascer de novo” (João 3.7). Falamos da conversão como um novo nascimento, uma nova vida em Cristo ou regeneração.
Wesley seguiu os passos de Paulo e Lutero, ao chamar a este processo de justificação. A justificação é o que acontece quando os cristãos abandonam todas as vãs tentativas de se justificar diante de Deus, buscando ser vistos como justos aos olhos de Deus por meio de práticas morais e religiosas. Quando a graça justificadora é experimentada e aceita, é um tempo de perdoar e ser perdoado, de uma nova paz, alegria e amor. Certamente, somos justificados pela graça de Deus por meio da fé.
Justificação é também ocasião para o arrependimento, para abandonar comportamentos arraigados no pecado e abraçar ações que expressam o amor de Deus. Nesta conversão, nós podemos esperar receber a segurança da presente salvação por meio do Espírito Santo que “testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Romanos 8.16).
Graça Santificadora
A salvação não é estática como um evento que ocorre uma só vez, em nossa vida. É a experiência em curso da presença graciosa de Deus, que nos transforma naquilo que Deus quer que sejamos. John Wesley descreveu esta dimensão da graça como santificação ou santidade.
Por meio da graça santificadora, nós crescemos e amadurecemos nossa capacidade de viver como Jesus viveu. Quando oramos, estudamos as Escrituras, jejuamos, participamos dos cultos e compartilhamos nossa fraternidade com outros cristãos, aprofundamos nosso conhecimento de Deus e do seu amor. Quando respondemos com compaixão às necessidades humanas e trabalhamos por justiça em nossas comunidades, fortalecemos nossa capacidade de amar ao próximo. Nossas motivações e pensamentos mais íntimos, tanto quanto nossos comportamentos mais explícitos, estão alinhados com a vontade de Deus e testificam nossa união com Ele.
Caminhamos, com a ajuda de Deus, na trilha da santificação em direção à perfeição. Ao abordar o tema da perfeição, Wesley não queria dizer que deixaríamos de cometer erros ou apresentar fraquezas. Ele entendia que a perfeição é um processo contínuo de se fazer perfeito em nosso amor a Deus e um ao outro, além de remover o desejo de pecar.
Caminhamos, com a ajuda de Deus, na trilha da santificação em direção à perfeição. Ao abordar o tema da perfeição, Wesley não queria dizer que deixaríamos de cometer erros ou apresentar fraquezas. Ele entendia que a perfeição é um processo contínuo de se fazer perfeito em nosso amor a Deus e um ao outro, além de remover o desejo de pecar.
Fonte:
http://portal.metodista.br/sobre/historia/o-movimento-metodista-e-a-educacao
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