Por Dorothy F. de Quijada
A palavra “missão” vem da palavra latina missio, e significa “ação de enviar; poder que se dá a um enviado para fazer algo”¹. Às vezes implica deslocamento geográfico para cumprir com uma tarefa, mas não necessariamente. O termo não é utilizado somente no meio religioso, mas também em outras esferas da vida.
Note-se que falamos da missão de Deus, ou Missio Dei, para nos referimos, de forma ampla, a tudo que Deus faz para a comunicação da salvação e, de forma mais específica, a tudo que a Igreja é enviada a ser e fazer. A expressão Missio Dei, geralmente usada em sua forma latina, surgiu nos anos 50, em círculos anglicanos e protestantes do Concílio Missionário Internacional, quando se discutiam as bases teológicas para a atividade missionária. Descreve uma ação trinitária: O Pai enviando o Filho, e o Pai com o Filho enviando o Espírito Santo para a redenção da humanidade. A expressão tem sido adotada e utilizada também em círculos católico-romanos e ortodoxos, uma vez que a idéia tem estado presente desde os pais da Igreja ².
A palavra “missão”, como tal, não aparece na Bíblia, certamente a idéia já estava ali presente. Deus mesmo é o autor da “missão”. Deus Pai envia seu filho Jesus Cristo a este mundo. Cristo é o Enviado e, por sua vez, envia a seus discípulos ³. O escritor inglês John Stott escreve: “A missão primária corresponde a Deus, porque foi Ele quem mandou os profetas, seu Filho, seu Espírito. De todas estas missões, a central é a do Filho”4. O missiólogo sul-africano David Bosch afirma: “A missão tem sua origem no coração de Deus Pai. Ele é a fonte do amor que envia. Esta é a fonte mais profunda da missão. Não é possível penetrar mais profundamente: missão existe porque Deus ama a humanidade”5.
A missão da igreja não é outra que levar à cabo a missão de Deus. Entretanto o centro de gravidade ao redor do qual devem girar os esforços missionários não é a igreja, mas a auto-revelação do Deus Trino e sua glorificação. A Missio Dei certamente se revela na missão da igreja, mas não somente nela e nem somente através dela6.
No que diz respeito ao conteúdo da missão da igreja existe uma gama muito grande de opiniões. Num extremo temos uma postura evangélica estreita que sustenta que a missão da Igreja é sinônima de evangelização e consiste exclusivamente em ganhar almas para a eternidade. Noutro extremo estão os que a definem como a renovação da sociedade, a humanização ou a reconciliação de todas as coisas7. Nossa posição é que a “missão” da Igreja abrange, entre outras coisas, a tarefa evangelizadora. Já que a missão é a tarefa total para a qual Deus enviou a igreja ao mundo, em seu trabalho missionário ela sai de si mesma para cruzar toda classe de fronteiras: geográficas, sociais, políticas, étnicas, culturais, religiosas e ideológicas. Em todas estas áreas, a igreja em missão leva a mensagem da salvação de Deus. Concluindo, missão significa estar envolvido na redenção do universo e na glorificação de Deus8.
A missão da igreja, então, não é outra senão trabalhar com Deus Pai e com Jesus Cristo, seu Senhor, que a enviou ao mundo, para cumprir com seu projeto de redenção total. O evangelismo (ou evangelização) poderia ser definido como aquela atividade da missão da igreja que procura oferecer a cada pessoa, em qualquer lugar, uma oportunidade válida de ser desafiada pelo evangelho explícito e a chamada à fé em Cristo, com a perspectiva de aceita-lo como seu salvador e senhor, chegar a ser um membro de sua igreja e participar na busca de reconciliação, a paz e a justiça sobre a terra.
O missiólogo evangélico porto-riquenho Orlando Costas, nesta mesma linha, descreve as facetas da missão da igreja como: proclamação, discipulado, mobilização, crescimento integral, libertação e celebração9. Outro latino-americano, o pastor Rolando Gutiérrez-Cortés, inclui em sua definição de missão da Igreja, a adoração, a qual considera como a ação missionária número um, mediante a qual o mundo recebe o testamento mais profundo de dois ou três que estão congregados no nome do Senhor10. Para ele “não existe igreja sem missão, nem missão sem evangelização, nem evangelização sem ensino, nem ensino sem adoração”11.
A “missão” nascida no coração de Deus cobra vigência e urgência num ambiente de íntima adoração e comunhão com ele, se desenvolve em meio do louvor e da adoração, onde se escuta a Palavra de Deus e se recebe a iluminação do Espírito Santo que guia a toda a verdade. O mesmo Espírito dá o poder e a direção para que a Igreja seja agente ativa do Reino de Deus, e isto inclui a “igreja em miniatura”, a família.
Missão é, então, refletir o amor de Deus com fatos concretos num mundo de dor, violência e morte. É viver em paz com Deus e com o próximo e procurar a paz para o mundo. É atuar com eqüidade neste mundo e lutar pela justiça. É relacionar-se em estreita comunhão, ajuda mútua e testemunho público com o Corpo de Cristo, a Igreja e com a comunidade humana. É ser signo e agente do Reino de Deus, como primícia da nova humanidade que Deus está formando em Cristo.
Abraão e sua família
A história da família da fé começa com a história de Abraão. Abraão e sua família não saíram de Ur na Caldéia em busca de água e pasto para seus animais, mas em obediência ao chamado de Deus. Quem obedeceu não foi somente o patriarca, o chefe do clã, mas toda sua família, incluindo um sobrinho (Gn 12.5), servos e outras pessoas (Gn 14.14).
Abraão recebeu a promessa de que nele “seriam benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.1-3). Na genealogia de Mateus 1, Jesus é chamado “filho de Abraão” (Mt 1.1). O teólogo holandês Johannes Blauw disse que o chamado de Abraão marcou o princípio do processo de restauração da humanidade comunhão com Deus12. A história dos descendentes de Abraão é basicamente a continuação do relato do trato de Deus com todas as nações, ou seja, todos os homens e todas as famílias.
Deus manifestou sua graça nesta família e a usou, com todas suas falhas e debilidades, como o meio pelo qual a salvação chegaria a raça humana. Sua graça pode-se ver em Seu direcionamento dado aos patriarcas, em Sua provisão para eles e na forma pela qual os preservou em sua paciência com eles e na forma pela qual os perdoou. Sua graça pode ser vista nas crises e acontecimentos de cada dia. Pode ser vista nos matrimônios, porque é por meio do matrimônio e da família que a salvação chegará ao fim, na pessoa do Salvador, que é seu descendente13.
No Novo Testamento surge um debate acerca de quem são os verdadeiros descendentes de Abraão. Jesus, João Batista e o apóstolo Paulo declaram que todos os que demonstram ter uma fé como a de Abraão são de sua família (Lc 3.8; João 8.31ss e Gl 3.6-7). A benção de Deus sobre Abraão e seus descendentes não foi só um precioso presente, mas um chamado para um pacto com Deus, e uma comissão para participar na missão de Deus.
Existem muitos outros exemplos no Antigo Testamento de pessoas e suas famílias salvas e usadas por Deus. Pessoas e famílias que não eram israelitas encontram-se na lista dos heróis da fé em Hebreus 11, como Raabe e sua família que se salvaram ao ajudar os espias enviados por Josué (Josué 2). Sua fé é celebrada no Salmo 87.4.
Israel na Missão de Deus
Deus elegeu aos filhos de Israel para fazer um pacto com eles, a fim de que fosse um testemunho “de palpitante atualidade” entre as nações, ou seja, para revelar sua grandeza e senhorio na terra e atrair a todos os povos para ele. Israel não era o melhor nem o maior povo do mundo, mas Deus, em sua inescrutável misericórdia, o escolheu porque o amou (Deuteronômio 7.6-8). “Ao escolher Israel como um setor da humanidade, Deus nunca tirou os olhos das outras nações; Israel foi… uma minoria chamada a servir a maioria”14.
Aqui podemos mencionar o que Blauw chama de missão centrípeta e missão centrífuga15. Em sua opinião, Israel não estava chamado a sair proclamando a mensagem de Deus para as nações, mas a atrair as outras pessoas para conhecerem a Deus, através da manifestação do Seu poder em seus feitos por Israel.
Existem muitas passagens no Antigo Testamento que assinalam a visão da missão universal de Deus, e de Israel como seu instrumento. Verkuyl escreve que Deus escolheu a Israel para revelar suas “intenções universais”16. Israel não cumpriu com sua missão de “falar a outras nações”. Pelo contrário, desviou-se por sua soberba. Então Deus levantou a um Amós, a um Jeremias ou a um Ezequiel para anunciar seu juízo. Blauw, sobre Êxodo 19.6, comenta: “Isto não significa que Israel será um povo composto inteiramente por sacerdotes, mas que Israel cumprirá um papel sacerdotal como povo em meio aos povos, representando a Deus entre o restante das nações”. Que Israel seja “santo”… não alude à sua qualidade ética, mas à relação que tem com Deus; está consagrado (ou seja, separado) para um serviço especial17
Os Salmos também contém muitas referências à universalidade da missão de Deus no mundo (Sl 33.8; 67.17; 87.4-6; 96.9-13; 148.11-14).
James Hurley afirma que cada israelita teve que cumprir uma parte da missão de Deus18. Cada pessoa, em sua vida diária, teve a responsabilidade de contribuir para a missão mostrando frutos da santidade e poder de Deus aos povos vizinhos. Por isso houve instruções para assegurar um tratamento justo aos débeis e indefesos: o órfão, a viúva e o estrangeiro. “A posição do esposo e pai era um posto de responsabilidade e autoridade que esteve sujeito a muito abuso. As leis de Israel proveram a proteção da esposa e dos filhos, contra o abuso egoísta por parte dos maridos e pais”19.
Também é interessante observar que existe um livro inteiro no Antigo Testamento que mostra a preocupação universal de Deus: Jonas. O povo de Nínive, ao confrontar-se com o juízo do Deus Verdadeiro, se arrependeu de sua maldade. Um povo pagão recebeu a graça de Deus. Então, que papel teve cada família israelita no cumprimento da missão de Deus? Examinemos o que nos relata o Antigo Testamento.
Geração em geração
O culto, a adoração e o serviço a Jeová foram o centro da vida em Israel. Nas assembléias de encontro entre Deus e seu povo participavam pessoas de diversas gerações, desde os anciãos até as crianças (Deuteronômios 29.10-15). Esperava-se que todos escutassem, aprendessem e obedecessem (Dt 31.12-13).
Os lares eram centros de adoração, consagração e ensino da fé um Deus20. O pai da família cumpria a função sacerdotal em cada lar. A Páscoa, a festa mais importante de Israel era, e continua sendo celebrada em família.
Em Israel houve toda uma cadeia de “mestres”, consagrados a fazer que cada geração conhecesse a vontade de Deus e a obedecesse. Jeová foi o primeiro “mestre” de seu povo. Deus conduziu sua família com o cuidado de um bom pai (Dt 1.31); a instruiu com carinho e disciplina (Dt 32.10-11); e colocou líderes (como Moisés, Josué e Davi) para guiá-la. Parte importante desta cadeia de mestres que devia instruir a cada geração, foram os pais e avós de cada família (Dt 6.1-9). Quando os filhos perguntavam sobre os mandamentos e testemunhos de Jeová, o pai estava instruído para responder com palavras e com seu exemplo.
Aspecto fundamental da missão de Deus para Israel foi compartilhar e viver os mandamentos de Deus, geração a geração, no seio da família. Diariamente, em todas as circunstâncias da vida, em todo lugar, em todo o tempo, os pais deviam amar e obedecer a Deus e amar ao próximo; e deviam ensinar a seus filhos a fazer o mesmo (Dt 6.1-9).
Deuteronômio 6.1-9 contém a famosa oração ou declaração de fé israelita, o shemá judeu, o “Ouve Israel…” (Dt 6.4, 5). As palavras do shemá eram as primeiras que as crianças judaicas aprendiam21. Jesus as citou (Mc 12.28-34) como o resumo da Lei e a base para a moral cristã. O livro de Deuteronômio é um dos mais citados no Novo Testamento, e nele “aparecem concentrados os elementos básicos da teologia do Antigo Testamento… O deuteronomista não encontra outro lugar mais importante para depositar o miolo da fé bíblica que o lar”22. Estas palavras dirigidas a pais e mães, sublinham que a vida e conversação familiar são os veículos mais importantes para transmitir a fé. Ali se passa a verdade de geração em geração e se admoesta as pessoas acerca de sua responsabilidade para com a geração seguinte23. O lugar mais adequado para passar a “bandeira da verdade”, de geração a geração, como em uma corrida de bastões, é o seio da família.
Outra passagem que enfoca a responsabilidade dos pais de ensinar a seus filhos as verdades de Deus é o Salmo 78. Os israelitas deviam ensinar a seus filhos a ter fé em Deus. Lembremos que não somente os indivíduos, mas também as famílias e as tribos foram advertidas do castigo que receberiam se seguissem a falsos deuses (Dt 34.18).
Todavia desobedeceram a Jeová. Leia-se a história que narra o Salmo 78. Os pais mesmos ensinaram a seus filhos a seguir outros deuses (Sl 78.58; Jr 9.13-14). E, embora os pais tenham sido castigados por não corrigirem seus filhos (recorde-se Eli: I Sm 3.11-14); o castigo do pecado de “aborrecer” a Jeová se estendeu até os netos e os bisnetos (Dt 5.9). Como famílias pecaram e como famílias foram castigadas (Dt 11.6). Fe Coolidge assinala uma verdade pertinente quando observa: “Nenhuma nação é melhor que a vida no lar de seu povo”24.
As famílias israelitas esqueceram de adorar o único Deus, Jeová e se esqueceram de cumprir suas leis e instruções, que eram pautas para viver em comunidade. Não se preocuparam com as viúvas, os órfãos, os estrangeiros, nem os pobres. Descuidaram de suas conversações acerca de Deus em casa e na rua. Negociaram com pesos falsos, trataram mal a seus próximos, em resumo, descuidaram de tudo aquilo que indicava para o verdadeiro Deus.
Não obstante à situação adversa, um grupo de israelitas seguiu os caminhos de Deus. Deste núcleo, muitas vezes Deus levantou a um líder ou profeta para chamar o povo ao arrependimento (Hb 1.1).
Família e Missão no Novo Testamento
A missão de Cristo nasce da comunhão e comunicação que existe entre Pai e seu Filho, caracterizada pelo amor (João 3.35), “O amor, pois, é a expressão mais profunda da relação entre Aquele que se revela a si mesmo e seu instrumento”25. Sabemos que é o Filho que torna visível a Deus Pai (João 1.18; Cl 1.15). Por isso mesmo, o único caminho para o Pai é o Filho (João 14.6).
Jesus retoma a idéia de Deus como esposo de Israel e compara sua própria missão como um casamento (Mc 2.18). Bromiley nos lembra a cena nupcial do Cordeiro, Jesus Cristo (Ap 19.9-21; Lc 22.30), afirmando: “Se o matrimônio terreno não dura até a eternidade, o matrimônio de Deus e seu povo sim, perdura… O retrata como o matrimônio de Cristo e a Igreja. Aqui está a relação perfeita – a relação com e em Cristo – que suplanta a mais alta das relações terrenas transcendental e ternamente”26.
Através de seu ensino e prática, Jesus ampliou o significado da palavra “família”. Segundo ele, embora uma pessoa deva amar sua família, este amor não deve tomar o lugar de seu amor para com Deus (Lc 14.26). Embora Jesus tenha valorizado a família humana, ensinou que existe uma grande família cujos vínculos são mais profundos. Os membros da família de Cristo são os que fazem o que Deus deseja (Mc 3.31-35). O amor caracteriza esta “família extensa” (João 13.34-35). O encargo de cumprir a missão de Deus vai do Pai ao Filho, Jesus Cristo, e deste à Igreja, esta grande família.
O livro de Atos mostra o papel da família na expansão da nascente Igreja de Cristo. Em seu início a Igreja se reunia não só no templo, mas também nos lares (Atos 2.46-47; 5.42).
A comunidade caseira, oikomia, era a unidade básica da sociedade grega daqueles tempos27. Geralmente uma família expressava sua unidade adotando a mesma religião. Quando o cabeça do lar se convertia ao Evangelho, toda a família seguia seu exemplo. Ilustração disto é a conversão de Cornélio com todos seus parentes, servos e amigos. Foi um grupo grande o que foi batizado com ele na nova fé (Atos 10.24-48). Rogelio Greenway cita a respeito: “Os contatos e a amizade pessoal distinguiam o nascimento de uma nova igreja, mas era através da casa grega que a nova fé fazia sua rápida expansão no mundo de Paulo”. A oikos ou a oikia do mundo grego era a unidade básica da sociedade, e era adequada para a extensão da igreja. Em grego não existe um equivalente exato para o termo “família”. A OIKOS ou casa era uma espécie de grande família que mantinham juntos a muitos de seus membros. Não só se compunha de membros (no sentido atual), mas também dos empregados, escravos, inquilinos e outros dependentes28.
O livro de Atos menciona a outros homens e mulheres que foram instrumentos por meio dos quais famílias inteiras entraram para o “Caminho”. A igreja em Filipos iniciou com a conversão de Lídia, o carcereiro e suas respectivas famílias (Atos 16.15-33). A primeira família corintia que se batizou foi a de Estefano, uma família “dedicada ao serviço dos santos” (I Co 1.16 e 16.15). Que lindo exemplo de conversão familiar é o de Crispo, dirigente da sinagoga de Corinto (Atos 18.8). Judge escreve: “Não somente a conversão da comunidade caseira foi o natural ou a maneira necessária de estabelecer a nova fé no ambiente estranho, mas o lar converteu-se na base mais sólida das reuniões dos cristãos”29.
Nas saudações paulinas a igreja em Roma (16.5, 14-15) são mencionadas três comunidades caseiras. Existem outras saudações que parecem ser para membros de outras casas (Rm 16.10-11). Que se fazia nestas reuniões nos lares? Ensinava-se e pregava-se (Atos 5.42). Partia-se o pão (referência à celebração da Santa Ceia e a comunhão entre irmãos), comiam juntos em um ambiente familiar alegre (Atos 2.46-47) e se orava (Atos 12.12). Greenway sustenta que: “O primeiro golpe contra as barreiras pagãs, raciais e sociais, foi dado na mesa da ceia do Senhor, onde se sentavam juntos senhores e escravos, homens e mulheres, judeus e gentios. As primeiras e fundamentais lições referentes à igreja como “família de Deus” (Gl 6.1; Ef 2.19) foram ensinadas no nascimento da missão paulina às cidades, quando a fé era estabelecida nas “grandes famílias” da casa grega” 30. O estilo de vida deste microcosmo da igreja, a família, é diferente, senão oposto, ao mundo que o rodeia.
Também sabemos que Saulo, quando perseguia à igreja, ia “de casa em casa” para arrastar homens e mulheres e leva-los presos (Atos 8.3). Assim observamos que não somente os crentes como indivíduos, mas também a família e o lar tiveram um papel importante na evangelização e discipulado na igreja neotestamentária. Não foram somente homens, nem tampouco somente mulheres, que se ocuparam de propagar a fé cristã. A igreja incluiu a “igreja doméstica”, não foi só sinal do Reino, por sua presença, mas agente ativo de sua expansão.
Com o estabelecimento da Igreja de Cristo, os temas sobre “família” e “igreja” estão entretecidos nas epístolas. Por exemplo, em Efésios 5.21 a 6.9, ao falar das relações familiares, mencionam a Igreja e sua relação com Cristo. Sob o título “família”, a Enciclopédia Zondervan diz: “O conceito de família aparentemente era tão extenso que os apóstolos o usaram em sua pregação para descrever, não só a Israel… mas também a Igreja de Cristo… O fato que as primeiras igrejas se reuniam em lares privados…, e que geralmente os primeiros convertidos foram grupos familiares, deu um caráter peculiar de família à imagem da cristandade (Atos 16.31)… De todos os conceitos cristãos, aqueles que tinham a ver com família… parece que tinham maior aceitação. Até o amor de Cristo pela Igreja é expresso como o amor de um esposo por uma esposa. A imagem de um noivo e sua noiva aparece na visão apocalíptica final da Nova Jerusalém (Ap 21.2; 22.17)”31.
O Apóstolo Paulo menciona freqüentemente a família em seus escritos e usa termos de carinho para expressar suas próprias relações com a família do Corpo de Cristo (II Co 1.8; Gl 1.2; I Tm 1.2; etc) incluindo a imagem de uma mãe nutrindo e cuidando de seus filhos (I Ts 2.7).
No que diz respeito aos deveres cristãos, o apóstolo Paulo desafia a “fazer bem a todos e especialmente aos da família da fé” (Gl 6.10). Em Efésios 2.19 refere-se à Igreja como a “família de Deus”. Em Efésios 3.15-16, com reverência ao Deus Pai, reconhece que é dele quem “toma nome toda a família nos céus e na terra”.
Falando da liderança da Igreja, Paulo diz que a pessoa que não sabe administrar sua própria família não pode nem deve cuidar da igreja de Deus (I Tm 3.5). Aos que procuram se esquivar da responsabilidade de seu próprio lar, admoesta: “Se alguém não provê para os seus e especialmente para os de sua casa, tem negado a fé e é pior que um incrédulo” (I Tm 5.8).
Certamente o lar é o lugar mais natural (pelas relações permanentes), mas também o mais difícil (pela intimidade e conhecimento mútuo), para dar testemunho do Reino de Deus. Entretanto, a mudança que Cristo traz para a vida individual pode mudar o ambiente do lar e fazer que uma família seja luz em meio às trevas. Opina o missionário William Goff: “Insisto que a mudança amorosa que Cristo faz no coração humano pode penetrar naquele cristão e contagiar aqueles com os quais tem convivência constante, mesmo se são de sua própria família”, Cristo produz no homem o que C. S. Lewis chamava de “boa infecção”, que afeta a todos os que tenham contato com o “infectado” 32.
Por certo as relações da família que Deus está formando estão em processo de aperfeiçoamento (Fl 1.16). Deus não terminou ainda! A família cristã é o “laboratório” onde Deus está formando o homem novo. É no vaivém diário, vivendo aprendendo juntos, em família, com a ajuda de Deus, que vem a maturidade em Cristo, e é um processo (Ef 4.13).
O apóstolo Paulo retoma o tema do Antigo Testamento, da responsabilidade dos pais com seus filhos (Ef 6.4). E, percebam que as mães e as avós participam nesta tarefa (II Tm 1.5). Edésio Sanchéz diz que o lar é… “o lugar mais lógico para a formação da vida cristã. Ali as relações intergeneracionais são mais espontâneas e significativas; os momentos pedagógicos mais variados e ricos… No lar, inclusive a doutrina mais acadêmica e esotérica tem a oportunidade de converter-se em desafio e estilo de vida”33.
Os membros de uma família, como pequena igreja, aprendem a fazer a obra e a vontade de Deus junto, por meio do poder do Espírito Santo. Sua aprendizagem inclui preocupação para com os esquecidos, os necessitados: as viúvas, os órfãos e os pobres, tal como foi mandado a Israel séculos antes (I Tm 5.3; Ef 4.28; Rm 12.13; I Co 16.1; II Co 8.1-7, 14; 9.6-15; etc). Parte da missão da família cristã como igreja em miniatura é prover lar para os que carecem dele. A hospitalidade é um dos atributos de um bom cristão (Rm 12.13) e cremos que inclui ajudar a mãe abandonada, ao homem preso, à criança desamparada (Mt 25.35-36).
Em Romanos 16 existem indícios que as famílias cristãs tiveram um papel na expansão do Evangelho e no ministério que Paulo desempenhou. Entre as saudações que Paulo manda, estão incluídos Áquila e Priscila, um casal dedicado ao ministério e companheiros em missão, dirigindo junto uma igreja caseira (Rm 16.4-5), e Andrônico e Junias, chamados “parentes” e “companheiros de prisões” (16.7). Existem saudações para a “casa de Aristóbulo” (16.14), e Filólogo, Julia e Nereu e sua irmã (16.15).
Os outros apóstolos, como Paulo, incluíram em suas epístolas, ensinos sobre a família. Temos, por exemplo, as instruções do Apóstolo Pedro sobre o que fazer quando o esposo não é crente (I Pe 3.1-6). Sua também é a expressão “co-herdeiras da graça” (I Pe 3.7), que ele usa para explicar a elevação da mulher a uma posição igualitária em Cristo, orientando os esposos a honrá-las e a viver “sabiamente” com elas.
A Primeira Epístola de João está cheia de expressões de carinho familiar: “filhinhos”, “amados”, “irmãos”. A Segunda Epístola de João está escrita a uma “senhora eleita e seus filhos” (II João 1.1). Deste fato existem várias interpretações: a) que foi escrita para uma mulher e seus filhos; b) que estava dirigida a uma igreja específica, visto que menciona “os filhos de tua irmã, a eleita”. Acrescentamos uma terceira opinião: c) que foi dirigida a uma senhora específica e seus filhos em cujo lar se reunia uma igreja caseira.
A Família e a Missão de Deus Hoje
A Igreja Católica tem realizado ultimamente valiosas publicações nesta área, muito embora a reflexão teológica sobre a família pareça ser um assunto relativamente novo. No passado foram feitos estudos profundos sobre o matrimônio, mas a família como tal não recebeu a devida atenção até agora34.
A frase chave que resume o conceito católico da família em missão. Por exemplo, Santo Agostinho convidou aos pais de família a exercerem o ministério de bispos em seus lares36. Crisóstomo desafiou aos cristãos a fazerem de suas casas uma igreja. Esta é uma idéia que vinha da igreja primitiva, mas que parece ter passado “despercebida” por séculos37.
Que é a “igreja doméstica”? José Romam Flecha a define da seguinte maneira: “A essência da família cristã, como igreja doméstica, parece exigir sua missão como igreja missionária e evangelizadora, como igreja que ora e celebra; como igreja que serve e liberta. A família e o homem não são fins em si mesmos”38.
A III Conferência Geral do Episcopado Latino-americano ocorrida em Puebla, México, em 1979, expressa também sua preocupação pela família nas seguintes palavras: “Passados 10 anos (de Medellín), a Igreja na América Latina sente-se feliz por tudo que pode realizar em favor da família. Mas reconhece com humildade o quanto lhe falta para fazer, enquanto que percebe que a Pastoral Familiar, longe de ter perdido seu caráter prioritário, surge hoje como elemento muito importante da Evangelização”39.
Além disto, existe um documento oficial do Vaticano que é chave para entender o ponto de vista católico atual. É a Exhortación apostólica Familiaris Consortio do Papa João Paulo II ao episcopado, ao clero e aos fiéis de toda a Igreja sobre la família cristã no mundo atual40. Ali se observa a importância que João Paulo II dá à família. Diz: “Em verdade a família cristã é a primeira comunidade chamada a anunciar o Evangelho à pessoa humana em desenvolvimento e a conduzi-la à plena maturidade humana e cristã, mediante uma progressiva educação e catequese… Queridos por Deus com a mesma criação, matrimônio e família estão internamente ordenados a realizar-se em Cristo e tem necessidade de sua graça para serem curados das feridas do pecado e serem devolvidos “ao seu princípio”, ou seja, ao conhecimento pleno e à realização integral do desígnio de Deus”41.
O Papa demonstra compreensão diante do difícil contexto que vive muitas famílias do Terceiro Mundo. Reconhece que muitas vezes faltam os “meios fundamentais para a sobrevivência, como o alimento, o trabalho, a casa, os remédios, as liberdades mais elementares”42. Percebe que a família é objeto de “forças” que procuram “destruí-la ou deforma-la”43. Reconhece que a boa marcha da sociedade e da igreja mesma depende “profundamente” da saúde da família. Dia que são as famílias cristãs as que estão “chamadas a acolher e a viver no projeto de Deus”44.
A Família é vista como a “cunha” da igreja, por ser o lugar onde cada nova geração pode inserir-se na Igreja. Diz assim: “Por isso a família recebe a missão de custodiar, revelar e comunicar o amor, como reflexo vivo e participação real do amor de Deus pela humanidade e do amor de Cristo pela Igreja, sua esposa”.45 Familiaris Consortio assinala a necessidade de “recuperar… a primazia dos valores morais”: “Todos os membros da família, cada um segundo seu próprio dom, tema graça e a responsabilidade de construir, dia a dia, a comunhão das pessoas, fazendo da família uma “escola de humanidade mais rica”; é o que sucede com o cuidado e o amor para com os pequenos, os enfermos e os anciãos; com o serviço recíproco de todos os dias, compartilhando bens, alegrias e sofrimentos”46.
Guilhermo Cook escreveu um extenso livro baseado em sua investigação das comunidades eclesiais de base (CEBs) e as implicações deste movimento, para católicos e evangélicos47. Cook escreve que entre as igrejas caseiras e as CEBs existe algo comum com a Igreja de Jerusalém, onde a doutrina, a liturgia, a oração, a comida e as posses eram compartilhadas. Ali menciona que Marins chama as igrejas do Novo Testamento de “comunidades domésticas de base”, as quais são as principais responsáveis da rápida expansão da Igreja por todo o império Romano.
No mundo protestante latino-americano existe muito pouca reflexão e produção literária sobre a família em relação à missão de Deus e a missão da igreja, embora na prática, o acelerado crescimento das igrejas protestantes através dos grupos caseiros e do testemunho nos lares é uma evidência de sua pertinência. Já ao final da década de 60, comprovou-se a eficácia da evangelização a partir dos lares. Dayton Roberts percebeu que nas cédulas de oração muitas delas domésticas, muitas pessoas se convertiam. Seus informes indicavam que familiares e vizinhos se entregavam a Cristo por este meio, e que os preconceitos religiosos desaparecem quando a família evangélica abre as portas de sua casa48. Um recente estudo antropológico dos protestantes nesta região assegura que: “…o êxito dos estudos bíblicos familiares e das igrejas nas casas… demonstra que os lares são a chave para a expansão evangélica”49. É provável que não façamos justiça a todo o trabalho das igrejas protestantes neste campo, isto por não haver muito testemunho escrito do que ocorre.
Na busca de trabalhos protestantes em inglês sobre o tema, revisamos uma enorme estante repleta de livros sobre a família em Miami, Flórida. Havia muito sobre o matrimônio e como resolver os problemas que atingem os lares. Apenas uns poucos livros eram relativos ao nosso tema50. Isto é um reflexo da saúde da família cristã no mundo de fala inglesa? Ou reflete antes um vazio teológico-pastoral no que diz respeito à família? Em castelhano também existem publicações evangélicas que se ocupam da família, mas a grande maioria são traduções do inglês. Seu enfoque também aponta para a melhoria das relações familiares e raras vezes tratam o conceito de missão. Existem cursos sobre o lar e a família, mas quase nada sobre sua missão.
O Congresso Latino-americano de Evangelização CLADE II, realizado em 1979 em Lima, Peru, numa palestra de Rolando Gutiérrez-Cortés, o tema foi abordado da seguinte maneira: “Temos que orar por cada família cristã em nosso continente, para que o Senhor a cubra com sua graça e a transforme em luz viva de seu evangelho em cada lugar onde tem sua esfera de influência. Existe quem pensa que pode ser cristão e testemunho autêntico, descuidando da piedade familiar, mas o amor ao próximo começa com os da própria casa”51.
Conclusões
A pequena comunidade cristã, a família, pode ser o modelo do que Deus quer fazer para outras pessoas e famílias. Em íntima comunhão com o Senhor da família e da missão, com o Filho Jesus Cristo como centro do lar e por meio do poder e direção do Espírito Santo, a família cristã pode ser e fazer a perfeita vontade de Deus. “Não existe nada mais natural e mais poderoso para a disseminação do Evangelho que o testemunho forte e piedoso do lar cristão. É uma peça em miniatura da Igreja plantada em cada vizinhança e em cada rua”52.
Parece demasiado idealista? É possível a família cumprir com a missão que Deus lhe confiou? Continua válida a responsabilidade entregue aos pais em Deuteronômio de ensinar de geração em geração? Hoje em dia, quando várias instituições assumem responsabilidades que eram dos pais, o que corresponde a estes? A igreja local deve estimular e apoiar o ensino nos lares e, visto que a metade da população latino-americana é composta por crianças e jovens, esta tarefa é enorme.
Cada igreja local deve conhecer sua congregação e sua vizinhança a fim de detectar suas necessidades. Existem famílias incompletas que carecem de ajuda e amor? Existem pessoas sem família? Existem problemas comunitários que a igreja pode ajudar a solucionar? Existem membros na igreja que tem capacitação e/ou recursos para ajudar a outros? Existem crianças e jovens que não tem pais que lhes ensinem a respeito de Jesus Cristo? Existem pessoas que não conseguem sentir o amor de Deus?
Nas cidades existe cada vez mais suspeita, temor, violência e solidão e, entretanto, qualquer humilde lar cristão, conhecido pelos vizinhos, pode romper estas barreiras para que Cristo possa entrar. Em edifícios multifamiliares, a melhor maneira de alcançar as pessoas que ali habitam é através de uma família cristã que viva no mesmo bloco. Quantos membros de famílias extensas são ganhos para Jesus quando observam e se beneficiam da mudança que Deus realizou em seus parentes?
Ross Bender expressa o propósito de Deus para a família nestes termos: “Se afirmamos que as famílias cristãs são agentes ativos e não objetos passivos na sociedade, perguntamos qual é a natureza da missão que Deus lhes confiou. Esta missão é principalmente ser uma pequena comunidade na qual Deus, em seu amor faz pactos e se encarna nas relações humanas. É uma comunidade construída sobre um pacto no qual o amor e a fidelidade são princípios fundamentais. Também é uma comunidade que se estende para compartilhar seus recursos com pessoas e famílias com as quais entra em contato. É uma comunidade com um verdadeiro, radical “estilo de vida”. É um lugar onde as necessidades íntimas mais profundas de cada membro podem ser cumpridas e onde as pessoas são preparadas para as relações humanas e liberadas para dar-se a si mesmas a outros, como Cristo a si mesmo se entregou. 53
“Mas vocês são uma família escolhida, um sacerdócio ao serviço do rei uma nação santa, um povo adquirido por Deus. E isto é assim para que anunciem as obras maravilhosas de Deus, o qual os chamou para sair da escuridão e entrar em sua maravilhosa luz” (I Pe 2.9, Versão Popular Castelhana).
Dorothy de Quijada é jornalista. Trabalha em Lima na evangelização urbana. Coordenou, junto com seu esposo, por vários anos o Centro Latino-americano de Estúdios Pastorales del Peru (CELEP-P) na Pastoral Familiar. O presente trabalho é um extrato de seu livro de mesmo nome publicado por EIRENE INTERNACIONAL.
Texto originalmente publicado no livro Fundamentos Bíblico-Teológico do Casamento e da Família, Jorge Maldonado (org.), São Paulo: Eirene.
Notas Bibliográficas
1. Claude e Paul Auge e Miguel de Toro e Sisbert, ed., Nuevo Pequeño Larousse, Paris, Libraria Larousse, 1964, p. 631.
2. Tom Stransky, “Missio Dei”, em Dictionary of the Ecumenical Movement, editado por Nicholas Lossky, José Miguez Bonino e outros, Genebra, WCC Publications, 1991, p. 637-689.
3. Johannes Verkuil, Contemporary Missiology, Bran Rapids, Mich., Wa B. Eerdmans Publishing Co., 1978, p. 3.
4. John W. Stott, La misión cristana hoy, Buenos Aires, Ediciones Certeza, 1977, p. 26.
5. David J. Bosch, Witness to the world, Atlanta, 8a.; John Knox Pres, 1980, p. 240
6. Tom Stransky, op. cit., p. 688.
7. Ver David J. Bosch, “Evangelism: Theological Currents and Cross-Currents of our Time”, palestra apresentada no seminário sobre The Relevance of Evangelism in south Africa Today, Hammanskvaal, Transval, 1986.
8. Ibid., p. 5.
9. Orlando Costas, Compromisso y Misión, San José, Costa Rica, Editorial Caribe, 1979, títulos dos capítulos.
10. Rolando Gutiérrez-Cortés, “La naturaleza de la iglesia: Misión y accion pastoral”, Boletin Teológico, Tomo 9, 1983, México, Fraternidad Teológica Latino-americana, p. 11-16.
11. Rolando Gutiérrez-Cortés, Educacin teológica y acción pastoral en América Latina hoy, México, 1984, p. 54.
12. Johannes Blauw, The Missionary Nature of the Church, A Survey of the Biblical Theology of Mission, New York, Mcoraw Hill Book Company, Inc., 1962, p. 4.
13. Beoffrey W. Bromiley, Bod and Marriage, Grand Rapids, Mich., Wa. B. Eerdmans Publishing Co., inc. 1962, p. 11.
14. Verkuyl, op. cit., p. 92.
15. Blauw, op. cit., p. 34-35.
16. Verkuyl, op. cit., p. 92.
17. Blauw, op. cit., p. 24-25.
18. James B. Hurley, Man and Woman in Biblical Perspective, Brand Rapids, Mich., Zondervan Publishing House, 1981, p. 32, 22.
19. Ibid., p. 37.
20. Ver o capítulo sobre “A família educadora da fé”.
21. Professores da Companhia de Jesus, La Sagrada Escritura, Antiguo Testamento, vol. 1, Pentateuco Madrid, Biblioteca de Autores Cristianos, 1967, p. 804.
22. Sanchéz, op. Cit., p. 2, 25.
23. Edith Schasffer, Wath is a Family? Kansas City, Mo., Casa Nazarena de Publicaciones, s.f., p. 5.
24. Fº C. de Coolidge, Com Cristo em el Hogar, Kansas City, Mo., Casa Nazarena de Publiciones, s.f., p. 5.
25. Gottlob Schrenk, “The father concept in Later Judism”, Theological Dictionary of the New Testament, vol. V, Grand Rapids, Mich., Wm. S. Eerdmans Publishing Co., 1967, p. 999.
26. Bromiley, op. cit., p. 41-42.
27. Judge, op. cit., p. 30.
28. Rogerio Greenway, Uma estratégia Urbana para evangelizer América Latina, El Paso, Tx., Casa bautista de Publicaciones, 1977, p. 96-97, cita a Joseph A Grassi, A World to Win: The Missionary Mathods of Paul, Maryknoll, N. Y., Maryknoll Publications, 1965, p. 85.
29. Jodge, op. cit., p. 36.
30. Breenway, op. cit., p. 98.
31. W. White, “Family”, The Zondervan Pictorial Encyclopedia of the Bible, Vol. II, Grand Rapids, Mich., Zondervan Publishing House, 1975, p. 500.
32. William Boff, El Matrimonio y la familia Cristiana, los Teques, Venezuela, Seminário Teológico Bautista de Venezuela, 1980, p. 175.
33. Sanchéz, op. Cit., p. 37.
34. José Romam Flecha, La Família: Lugar de Evangelización, Madrid, PPC, Colección Vida y Amor, 1983, p. 34. Este livro é uma pequena jóia literária, cheio de boas idéias, para a família que quer participar na missão de Deus.
35. Ibid., p. 52.
36. Ibid., p. 53, cita a Santo Agostinho, Sermão 94: PL 38, 580-581 e seu comentário sobre São João, tr 51, 13; PL 35, 1768.
37. Ibid., p. 54.
38. Ibid., p. 61 e cita a A. Suquía, Misión de la Família, em F. J. Elizari, El Sínodo de la Família, Madrid, 1981, p. 46.
39. Puebla, La evangelización en el presente y en el futuro de América Latina, III Conferencia General del Episcopado Latino-americano, Lima, Secretariado Nacional del Episcopado Peruano, CEEC e Edições Paulinas, 1979, p. 156, cita a João Paulo II, Homilia Puebla 2, AAs Lxxi, p. 154.
40. João Paulo II, Exhortación Apostólica Familiaris Consortio, de sua santidade João Paulo II ao episcopado, ao clero e aos fiéis de toda a igreja sobre a missão da família cristã no mundo atual, Lima, Editorial Salesiana e Ediciones Paulinas, 1981.
41. Ibid., p. 4-7.
42. Ibid., p. 13.
43. Ibid., p. 6, 7.
44. Ibid., p. 8.
45. Ibid., p. 3.
46. Ibid., p. 40.
47. Guilhermo Cook, The Expectation of the Poor: Latin American Base Communities in Protestant Perspective, Maryknoll, New York, Orbis Books, 1985, p. 71.
48. W. Dayton Roberts, Los Autenticos Revolucionários, San José, Costa Rica, Editorial Caribe, 1969, p. 79.
49. David Stoll, Is Latin America Turning Protestant? The Politics of Evangelical Browth, Berkeley, University of California Press, 1990, p. 318.
50. Em nossa opinião, o livro de Bromiley, Sod and Marriage (op. cit.) é especialmente recomendável por seu estudo do pano de fundo bíblico do matrimônio e da família. O livro de Edith Schasffer, What is a Family? (op. cit.) é muito bom e prático. Os livros faith and Families, por Lindell Sawyers (The Geneva Press, Philadelphia, 1986), e Christians and Families, Ross T. Bender (Herald Press, Scottdale, Pa., 1982), tem capítulos relacionados com a família e sua missão.
51. Rolando Gutiérrez-Cortés, “Espiritu y la palabra en la comunidad evangelizadora”, 3 nov., 1979, CLADE II, Lima, p. 1-2.
52. Bob Mumford, “El varón renegado”, Vino Nuevo, enero/febrero, 1983, San José, Costa rica, Centro para Desarolio Cristiano, p. 7.
53. Ross T. Bender, Christians and Families: Genesis and Exodus, Scottdala, Pa., Herald Press, 1982, p. 14.
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